as aventuras do barão Pomeray no
mundo inexistente
(uma narrativa escabrosa de aliche
com alcaparras)
A primavera não existe no mundo, o clima não
muda no tempo. A primavera existe na mente – ou não existe, e aí
existe o inverno – e o clima e o tempo e o vento não mudam porque
não existem, tampouco continuam os mesmos. O mundo, na verdade –
embora a verdade também não exista -, é uma grande cabeça de
bacalhau flutuando no éter inodoro e negrotransparente do Espaço
grande e cósmico. O mundo não existe.
Barão Raul Pomeray viaja pelo
Cosmo sentado em uma nave intergaláctica. Barão Pomeray viaja pelo
Cosmo sentado em um caixão pequeno – de anão. Enterros de anões
não existem, caixões de anões não existem, Barão Pomeray não
existe. Barão Pomeray voando pelo espaço encontrou a Grande
Cabeça-Terra de Bacalhau, que não existe. E este texto passou a
existir.
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