domingo, 10 de março de 2013
um monte de poemas que estavam no aguardo
o sol
pipoca no horizonte
as nuvens passam cheias
de umidade
numa velocidade que eu não manjo
tivesse asas de anjo, seguiria
mas deve ser um frio do inferno
lá em cima
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um bom monge
um terapeuta
um professor
um bom poeta
são todos bons xamãs
não há como agir da forma certa
se não souber lidar com sutilezas
do espírito pequeno que se encolhe
em dor
em sofrimento
não dá pra trabalhar com os humanos
como quem só aperta parafusos
sempre somos confusos
preocupados
buscando que entendam nosso lado
e nos amparem
queremos só que parem o turbilhão
e, mesmo que errados, estamos sempre à espera
de uma mão
e pouco quase nunca de um grito
de uma ofensa
um menosprezo
mesmo que estejam certos
mesmo que bem mais sensatos
mesmo que bem mais loquazes
mesmo que sagazes
não são só os pequenos que se encolhem
porque núcleo dos grandes também sofre
mas como grandes, mais fácil se escondem
dentro de uma insensibilidade
um bom xamã é um bom poeta
um bom monge um bom amigo
um terapeuta um bom ouvido
que atenta pro murmúrio
do sonido
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arrepio
de frio e medo
arremedo
de força e brio
arremate
de corte e dor
arredores
de amar-te amor
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não adianta cruzar as pernas
e não endireitar a mente
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ninguém pensou
no inconcebível
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a gente dá de cara
com a mortalidade
até que a morte
dê na nossa cara
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so
ria
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explodem olhos de crianças
em cores
fogo
em preto e branco
pés descalços
roupas sujas
nada disso nunca anula
o que não temos mais não
quando crianças
nos olhos
constelação
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quem inventa um mundo torto
não tem tempo de olhar o mundo
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