Sentado na muralha do castelo, com as pernas balançando sobre o vazio daquela encosta, o jovem imperador procurava a origem dos piados que ouvia.
De pequenos buracos ao longo do muro, rachaduras, frestas antigas, ao lado do limo crescente cresciam também outras flores, plantas, trepadeiras-roxas de primavera. Com elas, pequenos pássaros adornavam suas casas, piando ao som do calor das montanhas.
Não que aquela parte do império desconhecesse a guerra. Pelo contrário, poucos meses antes inimigos investiram contra os muros, e onde escorriam cantos antes correra sangue. Mas as plantas não são breves como a vida.
Do alto da muralha o imperador procurava a voz dos cantores ocultos, nos pequenos rincões que adornavam a mais dura e fria fortaleza.
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