Mirando seu reflexo no lago, o jovem imperador se perguntava o porquê de Narciso ter morrido. Por que ninguém salvara o belo rapaz? Por que, vendo que Narciso se afogava, ninguém perto do lago o foi salvar?
Então, no mesmo lago que o espelhava, o imperador viu surgir a imagem de um cavaleiro, um de sua guarda pessoal. E aí entendeu: não havia ninguém ao redor de Narciso, nem perto do lago, porque toda imagem que não fosse a dele seria uma mancha impossível de aguentar.
O guarda não entendeu a razão de o imperador sorrir. O imperador, por sua vez, pensava que havia sido, por fim, um bom pagamento: obcecado em livrar seu espelho de qualquer mancha, Narciso se afogando terminou por lavar a própria arrogância.
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