sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

nasce um deus
a todo instante

na manjedoura do dia
entre poema e pão dormido
dão-se os braços três amigos
buscando a manha também

na manhã de cada ocaso
acaso se encontram juntos
corvos, serpentes e sapos
e todos os bichos do mundo

o farfalhar de uma folha
o cricrilar de um grilo
e até o som distorcido
do grito de um periquito
colorem as voltas da terra

no fundo de uma quieta gruta
o pulmão dos deuses berra

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