segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

No hay banda


ou
as aventuras do barão Pomeray no mundo inexistente
(uma narrativa escabrosa de aliche com alcaparras)

A primavera não existe no mundo, o clima não muda no tempo. A primavera existe na mente – ou não existe, e aí existe o inverno – e o clima e o tempo e o vento não mudam porque não existem, tampouco continuam os mesmos. O mundo, na verdade – embora a verdade também não exista -, é uma grande cabeça de bacalhau flutuando no éter inodoro e negrotransparente do Espaço grande e cósmico. O mundo não existe.

Barão Raul Pomeray viaja pelo Cosmo sentado em uma nave intergaláctica. Barão Pomeray viaja pelo Cosmo sentado em um caixão pequeno – de anão. Enterros de anões não existem, caixões de anões não existem, Barão Pomeray não existe. Barão Pomeray voando pelo espaço encontrou a Grande Cabeça-Terra de Bacalhau, que não existe. E este texto passou a existir.

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