sábado, 8 de maio de 2010

ode à manhã


Acordo com o vizinho vomitando novamente. Deve ter câncer no fígado, não sei. Ou não aguenta dar o cu. É, pode ser isso, daí colocar a música tão alto quando mete, o filho da puta.


Espelho. Marcas de mordida e roxos de pancada. Parece que trepei com um cachorro. Corpo ainda quente pelo álcool; faz frio, hoje, sob o sol.


Cozinha. Louça de uma semana, três pessoas e pouco rango. Quase nada além de uns bichos já crescendo por ali.


Copos são as coisas mais nojentas, quando sujam. Quando descansam, decantam, copos criam formas de vida bem estranhas.


Deus deve ter criado o mundo no fundo de um copo sujo.