de lixo
no vício
da dama
que compra
que esbanja
e descarta
um pobre menino
sem pátria
sem vício
sem lata
de cola
sem grana
da esmola
coleta a garrafa
e amarra
na sola da pele
do pé com que joga
a bola
protege do prego
do quente do asfalto
no meio do lixo
em que mora
e trabalha
catando sucata
papelão e lata
menino sem nome
com fome
sem prato
que cresce
aos poucos
achando um barato
o pouco que acha
no lixo
e na lata.