Não se pode presentear ninguém com estradas. E, pensando nisso, partiu mais uma vez. Sozinho.
Tinha gosto pelas coisas derradeiras, ele. Pessoas, então, preferia-as de costas, indo já ao longe. Não era fã do afã humano por contato opaco, ou oco. Se não houvesse alma, mundo, não servia.
E normalmente não havia, é claro. Afinal, o mundo não arranca seus pedaços pra os ceder a qualquer arremedo de ser ciente. O mundo não gosta de gente.
Ele era sempre o que ia embora, de algum modo. Quando estava por perto, entretanto - e sempre estava, em algum canto - realmente apresentava. O mundo como representação.
Vontade? Só a de ir embora. E, quando batia, não havia chão que o segurasse. "Se é pra ir embora, vá. Não volte, não chore, não solte a mala ao chão antes de ir. Se é pra ir embora, vá, pela sombra ou pelo sol, com deus ou seja lá o Alá da vez. Vá, contemple o rumo que tomar".
E ia. Pergunta agora o motivo do por que o digo no passado? Porque, como sempre ia, Renan se foi.