sexta-feira, 25 de maio de 2012

contos de fábulas

Naquele tempo o imperador ingressava na carreira militar. Seus muitos professores de estratégia, combate, artilharia, sobrevivência, diplomacia, espionagem, todos o orientavam aos mais altos ensinamentos e segredos desenvolvidos ao longo da história. Eram aqueles ensinamentos que o preparariam para a administração do império.

Apenas seu regente mantinha silêncio. Por mais que estivesse envolvido na defesa do império, nos tratos diplomáticos, na organização de comitivas e alianças, não orientava o jovem imperador em assuntos práticos da guerra e governança.

Um dia, entretanto, levou-o do palácio cedo pela manhã. Antes dos galos acordarem, imperador e regente estavam aos pés dos campos, observando os já iniciados trabalhos de lavra ao solo.

- O que fazemos aqui? - perguntou o imperador.

- Observe. Há meses este solo foi arado, semeado e pacientemente observado. Os homens que aqui trabalham nunca nos viram de perto, e jamais sonhariam em adentrar à cidadela, ou ao palácio.

- E que há demais nisso? Tenho inúmeras terras cultivadas por gente como essa, em diversas partes conquistadas de meu império.

- De vosso futuro império, vossa alteza. E sim, de fato há muitos. Entretanto, nenhum deles sequer saberá o que acontece em vosso palácio.

O imperador ouvia, impaciente.

- E a despeito disso, o palácio depende desses campos. Destes campos. Observe o trabalho dos homens, cansados desde a manhã e dedicados a essa lavoura. Lembre dos legumes, dos frutos da terra que enchem cada banquete feito em vossa honra. Tudo depende daqui. Se queres compreender o que é saber lidar com vosso próprio império, observe a terra. Há que dar mais atenção à colheita do que à conquista.

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