terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

chuva incessante

dentro do peito havia um naufrágio
e nos veios de água vermelha nadavam
a salvo
piratas e bailarinas
vestidas com caudas longas
dançando serenamente
que nem sereias

a lua era a água do mar da manhã
e à tarde a tarde viria
com suas mãos resolutas
de sol rubro e clemente
acabar com a disputa
do astro poente

a canção de ninar que cantava nayara
esquentava a neve do céu de outro mundo
e à noite, depois de uma série
de quiprocós e comédias,
a tragédia ferrou-se num sono profundo

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