eu, que nunca fui eu próprio
nem eu, nem mais ninguém
agora que não sei mesmo quem sou
porque não sei dizer se sirvo ao bem
ao mal, ao pouco, ao duvidoso
eu que nunca soube de mim nada
agora sei apenas um pedaço
do muito que escondeu-se no regaço
da bela doce grande minha amada
aqui que não é lá nem fora
que é o espaço aberto agora
por onde chovem vendavais
aqui é que me encontro em sonho
e só, e solto, e vivo, e morto
aguando imensos areais
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