pensando sobre divulgação científica. Isso falta, nas nossas academias, não falta? O ensino - ou melhor, o treinamento e a prática - de comunicação científica, de dizer aos não-acadêmicos o que nós, acadêmicos, fazemos. Divulgação científica não é ciência propriamente dita, suponho. Também não é pura oratória de entrevistado. O que é, então? Como fazer? E, especialmente, quem fazer? Um grande acadêmico não tem a obrigação de ser também um comunicador eficaz - e grande parte de nossos pesquisadores/professores universitários infelizmente demonstram essa ausência de eloquência. Se fazer boa pesquisa não significa, necessariamente, saber falar sobre a boa pesquisa, a divulgação científica deve ser tarefa de comunicadores/educadores/acadêmicos-bem-falantes. E ponderados. Extremismos retóricos, se não forem estrategicamente pensados, podem se tornar demonstração de arrogância. Demonstração de uma suposta superioridade intelectual. A ciência, tanto a humana quanto a exata, sobre homem/bicho/planta, deve praticar a fala. E, diferentemente do que estamos acostumados, não a fala aos nossos pares. A ciência precisa de ímpares.
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