Portanto, aproveito para publicar aqui no míseramesa as respostas completas que não foram utilizadas.
Quando o
budismo chegou ao Brasil? Como foi essa chegada?
No início
do século XX, com a chegada dos imigrantes japoneses ao Brasil –
em 1908 -, o budismo nipônico desembarcou oficialmente no país.
Havia um missionário ordenado, no navio Kassato Maru, e com ele o
Budismo Primordial (Honmon Butsuryu-Shu) começou a se estabelecer.
Entretanto, por pelo menos 50 anos a presença desse budismo, e de
outras tradições japonesas, manteve-se restrito à comunidade
étnica de imigrantes e descendentes. Foi quase o mesmo caso com o
budismo chinês, que chegou ao Brasil quase um século antes da
imigração japonesa de 1908. Em 1810, centenas de chineses foram
levados ao Brasil com o intuito de desenvolver o cultivo de chá, e
não é difícil imaginar que carregavam consigo as tradições
religiosas da terra de origem. Seja como for, essa primeira migração
chinesa não vingou em terras brasileiras, nem seu budismo se
expandiu para além dos poucos remanescentes dessa onda. É seguro
falarmos numa maior expansão do budismo no Brasil a partir das
décadas de 1950 e 1960, especialmente, com as novas ondas
migratórias da Ásia, especialmente da China e Taiwan, e com a
consolidação de centros missionários japoneses como o Higashi
Honganji, em São Paulo. Nessa época, inclusive, o budismo tibetano
se expandia para o ocidente por conta da invasão chinesa ao Tibet,
que infelizmente se prolonga até hoje, e o exílio do Dalai Lama
trazia a diversos países ocidentais essa tradição budista
específica. No Brasil, aparentemente, o budismo tibetano se
fortalece a partir da década de 1980. Depois, em 1992, chega ao país
um representação de Fo Guang Shan, ordem taiwanesa do budismo
chinês, que hoje marca presença importante com o templo Zu Lai, em
Cotia – SP.
Recapitulando, portanto: o budismo étnico está
presente no Brasil desde as migrações orientais, no século XIX com
os chineses, século XX com os japoneses. Sua difusão entre a
população brasileira não-descendente, entretanto, acontece
lentamente a partir da metade do século passado, e se fortalece pelo
interesse acadêmico e intelectual dos estudiosos e leitores de obras
budistas, acompanhando uma tendência ocidental do período. Existem
diversas tradições, escolas budistas e correntes vindas de
diferentes países asiáticos, e essa sumarização não chega nem
perto da verdadeira realidade budista brasileira. São apenas alguns
pontos em um cenário disperso e de difícil mensuração, que merece
ser descoberto e conhecido por todos que se interessem pelo tema,
pelas práticas, pela religião. Retomando a pergunta inicial, vale
lembrar que não é tão simples falarmos de “um budismo”, já
que 2500 anos de tradição filosófica e dispersão geográfica
constituíram “budismos”, expressões religiosas embasadas nos
ensinamentos fundamentais do Buda – o Dharma -, mas que ainda assim
se mostram bastante diversificados em suas manifestações.
Existe alguma estatística de quantas pessoas seguem os ensinamentos budistas no Brasil e no mundo?
Existe alguma estatística de quantas pessoas seguem os ensinamentos budistas no Brasil e no mundo?
Existem
os dados do IBGE, que ainda neste ano de 2012 divulgou as informações
do censo mais recente com relação às denominações religiosas no
Brasil
(ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_4.pdf
). Com relação aos anos anteriores, podemos encontrar na tese de
doutorado do professor da PUC-SP Rafael Shoji a recolha desses dados
(http://d-nb.info/972545468/34 ). De 1991 para 2000 tivemos a
diminuição do número absoluto de budistas, passando de 236.405
para 214.873. Já no censo recente, de 2010, temos a população
total budista estimada em 243.966. Um aumento em números absolutos,
portanto, que está ainda à espera de uma análise adequada.
Com
relação aos números no mundo, temos uma boa fonte no site
internacional BuddhaNet
(http://www.buddhanet.net/e-learning/history/bud_statwrld.htm e
http://www.buddhanet.net/e-learning/history/bstatt10.htm).
Qualquer pessoa pode participar dos rituais budistas?
Sim,
embora essa seja uma resposta bastante relativa. É sempre possível
participar das práticas budistas oferecidas por cada centro de
Dharma, por cada templo específico. Entretanto, nem todos os rituais
são completamente abertos ao público, porque alguns deles requerem
a realização de rituais anteriores. Mas práticas de meditação,
participação em ritos de recitação de sutras, entre outras
atividades, normalmente estão abertas a quaisquer interessados.
Basta que, para isso, a pessoa entre em contato com os responsáveis
por cada organização e, assim, encontre as melhores maneiras de
conhecer o Dharma e, com interesse, praticá-lo.
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