sábado, 6 de agosto de 2011

vinte ver


Rio de Janeiro. Estado. Peço café. "Açúcar? Adoçante?", "Nada, obrigado". "Nada? Como você consegue?". Não sei. Sou de São Paulo.

Estado.

Andando pela praia primeiro dia à noite, primeira noite, no alto do monte vejo um fogo incendiar. Lá longe. Espero que apague.

Meu chinelo arrebenta e sigo, com pé no chão que fica imundo. A sujeira do mundo inteiro se estende pra que eu pise. A sujeira do mundo condensa em meus pés.

À beira da calçada um cão espera. Deitado, olha para cima de um morro longe, do lado de lá da avenida. Outro cachorro deitado, no mato, espera. No alto do morro. E olha o primeiro cachorro. Estão a esperar que a altura se abaixe.

Tremula no caminho um edifício em construção. A rede que protege da queda de entulhos dança ao vento. Tremula o edifício no caminho, e nada mais preciso.

Mas no tremular do mar, ao lado de onde estou, emerge a tartaruga. Breve, e logo afunda.

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