segunda-feira, 11 de novembro de 2013

guardava o rosto do amor
no lado esquerdo do peito
para que
pelo direito
o amante saísse a tempo

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[perguntaram a Olivio Jekupe, autor dO saci verdadeiro (notem a posição do adjetivo):

"Seu livro é uma ficção?"

E ele disse que "O índio não tem costume de usar essa palavra. O Saci não é um mito, é uma história. E ele existe de fato."

contraponto: o filho de Luiz Costa-Lima disse, quando criança (portanto, quando sábio), que “Ah, isso que eu estou fazendo é ficção! Você viu que é um sol, mas não é um sol porque não dói no olho”

--- nossas categorias, como sempre, são só categorias. Fato que é fato é saci - e outros tantos ---]

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o hom
em contra
a máquina

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capitalismo informacional
a grande mídia detém os meios de produção
de massa

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arredondando pra cima
sou
somos
menos que um
fomos

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b
 o
  a
semana

b

 a
  nana

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o luar
da água
é lugar

deixa o braço de mar
te

deix
e
u

peixe.

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você
se esque
ceu de mim
você disse que
nunca esquece
ria você disse e
eu acreditei, visse?

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alimente
mesmo alguém por quem não nutre
sentimentos

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dito e

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[se por acaso interessa a alguém
cumpre dizer que
além do zen
o budismo terra pura tem me ganhado mais que todos

no mínimo pela humildade de reconhecer que eu não sou nada
e que a libertação
está no outro]

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um poema a cada manhã
desperta

pássaros cantam
enquanto
giro as chaves
da porta

por sobre horas mortas
o pólen
voando tranquilo no corpo da abelha

domingo

revirando o lixo
um homem
passeia tranquilo
com fome

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ontem antes de
dormir
olhava as asas que ela me deu

ao acordar
ela me abraçava

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deus lhe deus

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