segunda-feira, 6 de junho de 2011

cena banal eight(8)

caminho para a aula de hoje à tarde. É tarde, o sol já vai se pôr. Está se pondo. Passo reto pelo corredor que leva à sala: atrás do prédio o sol se põe. Está naquele momento em que faltam poucos dedos pra afundar no horizonte. Atrás do prédio, pra lá dos prédios, pra trás dos montes, o sol começa a bater azul-alaranjado na copa das árvores distantes. Distantes de tudo, as árvores, e eu sentado atrás do prédio da sala de aula a olhar.

Uma mulher, de repente, aparece. Chegou também para o pôr do sol, percebo, é da mesma sala que eu. Também está atrasada pra aula, mas resolveu que o sol vale mais. Sorrio, sem olhar pra ela, para não perder o fogo queimando o fim do mundo à minha frente. Que bom que não só eu olho o sol...

mas ela aponta pro céu uma câmera digital, bate uma foto e vira as costas, indo embora. Agora ela tem um belo pôr do sol eternizado, e eu chego na sala atrasado, mas tendo a memória de um sol azul.

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