segunda-feira, 13 de junho de 2011

cena banal (da) nona

Eu, minha vó e sua neta ali na sala. Seis anos, a menina, fazia aquele dia. Toca o telefone, ela corre pra atender. Minha prima. "Não, não, ele não. Não, o Waldemar morreu faz anos. Noooossa, faz anos, meu deus, muito tempo mesmo. Meses. Faz meses. Tá, de nada".

Desliga. Eu rio, vó ri, do telefone vem a prima, "Não sei por quê todo mundo liga aqui pra falar com o Waldemar, meu deus, não sei. Tsc, ele já morreu".

Noutro dia ela olha pro relógio. De pulso, novo, talvez ganhou no aniversário. Fica olhando, olhando, e a gente olha pra ela. "Ah! que droga! Esse relógio tá quebrado. Olha, olha os numerinhos: eles não param de mudar".

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