quarta-feira, 11 de setembro de 2013

a horta
ensanguentada
pés de tal
magnitude
frondosas árvres
forçados galhos
sob o peso
dos amantes
enforcados

---

sendo pobre
ir à falência é questão de um passo
não é o mesmo se você for
um ricaço

---

nossa
?me lembra sabe o quê
guimarães rosa
pauleminski
marcelino freire caramigo
?sabe você
nossa

[de intitulação possível: com tais influências não há angústia]

[ou: você é o que você come

ou: tá ca porra que não chego aos pés

ou: ?mas é

ou, simplesmente: poxa, !obrigado]

---

na falta de um coração
pulmão

---

regular
mente

[e todas as demais variações
adverbiais
desse buraco sem fundo
negro poço confuso
que é o pensamento]

---

ao
tu
fla
gelo

---

je
sus
mo
rreu
na
cruz
e
di
sse
ai

---

existe um grito
preso
um
grilo
preto
ganindo
pelo
nascer da aurora

---

friboi, querida
tu é uma assassina
especista
e usa um lobisomem de garoto propaganda

tô só comentando

---

mas, olha só
falo por experiência
olha a lua toda noite
até quando ela não tem
e não só quando alguém
compartilha foto

---

estrela e
quilibra ponta
lua que aponta de
do buda que a lua
conta

---

[enxergo o teu cristo, Rio

enxergo o teu cristo, rio

Cazuza, seu gênio]

---

da esquerda pra direita
legendas imaginárias:

ajoelha, chupa
não não não
tamo fazendo nada
não
pára, cara, senhor
não não
ah!
chupa, falo, chupa logo

e lá no canto
espanto
fodeu-se tudo
foto de Uirá Tiago Alencar, retratando o 7 de setembro (rá!) na Bahia

---

[a emergência do imaginário anarquista e libertário, meus amigos, diz muito - mas muito muito mesmo - sobre nossas crenças atuais na democracia representativa, na partidarização e no voto.

muito
muito mesmo]

---

de um lado as bombas
de efeito moral
do outro na
moral
os bambas
descendo o morro
na
valha
me
u
deus
no dia em que o morro
desceu
e as máscaras lá
proibidas
como artefato de guerr
ilha
a gente falando
fal
ando
enquanto que o coro
comendo
com
medo
cacete cacete
casse
tete
ainda bem que passou
dia sete

---

cada passo cada
soldado
cada pedaço de desfile
cada verde boina
marinha
cada coisa militar
cada fuzil cada polí
cia cada cada choque
um dois um dois
marcha soldado
cabeça de
cada deslumbre desfile
cada pátria costurada
distintivo
cada orgulho
nacional cada tumulto
dispersado
cada braço forte mão
amiga
é uma criança síria
desfeita
química

---

e você aí
que critica o fora do eixo economia coletiva capilé e mais um monte
de coisas das quais não sabe nada
e você aí
estava lá também
batendo
batendo
batendo
gozando de bater

é
você aí

---

[cinco pms no calçadão
desfilando
avenida da praia
desfilando
sete de setembro
desfilando
atravancando o tráfego
o tráfico
o pogresso
atravancando
cinco pms
e eu correndo
e eu correndo
passando ao lado
passo na rua
porque a calçada
atravancada
dou susto
susto
bato palma alto
faz barulho
pm puto
atravancando
a rua atravancando
e eu passo
correndo
por cinco pms atravancadores
eu passo
correndo
e olho
correndo
pra trás
correndo
com cara feia
correndo
porque pm
merece o susto
pm desfilando
atravancando
era só o que me faltava]

---

debaixo de bala
deixa
que os menino joga
bola

---

não existe neste mundo
e nem mesmo em qualquer outro
algo como
independência
nada é um buraco solto
nada é oco
nada é mesmo independente
do entorno

pois repito
não há nada neste mundo
independência

---

[e então, depois de mostrar
vandalismo absurdo manifestantes quebrando tudo
- quebrando nada
coitados
só sendo escorraçados pela polícia
persecutória -
e depois, na reportagem
que se seguiu
!puta que pariu
puta
,olha só
quão são sábias
mídias velhas
depois da cafagestagem da montagem da narrativa
telejornal
vem e aparece uma menina
suposta artista
atriz,assim,qualquer coisa tipo
e diz, bonito
:a mudança é interior.

!não importam questões econômicas
sociais
diz a mulher dos telejornais
a menina aqui meditou
meditou
!conseguiu

puta que pariu
independência
puta que pariu]

---

ah, independência
bom dia, ahn?
bom dia
independência
há?

---

ri ri ri ri ri ri ri ri riri ri riri ri riri ri riri ri r iri r iri r iri r iri r iri r iri r iri r i r i r i r i r ir

---

uc

---

a poesia olhou pra mim e
riu
!toma vergonha na cara
,moleque
ela disse
toma vergonha
!que eu não sou u'a dessas
não
das que te acostumaste a passar
a mão

---

de pensar morreu o
burro

---

de uma estupi
dez grassada
mas linda
linda estonte
ante

---

luz sobre luz
como diz o corão
luz dentro em
luz
cora
ção

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