domingo, 7 de abril de 2013
da noite pro dia
não, pra sua própria madrugada
criou-se um buraco na vida
enorme e vazia parada
de lá para cá
em dois dias
as coisas ficaram as mesmas
mas há uma vaga tristeza
coberta por fome e cansada
rompeu-se o ventre da aurora
e a boca da noite se abriu
estrelas piscaram e foram
embora pra onde se viu
o início de tudo criado
e eu, malcriado que sou,
sinto no estômago amargo
a fome incessante do amor
comido, brindado e deixado
na pilha de louças cruéis
que se amontoam ao lado
do cesto de velhos papéis
em que rabisquei versões fracas
deste já fraco poema
mas é que não escrever nada
seria perder uma pena
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário