a hora escorre
uma atrás da outra em catarata
por que aqui não faço nada?
o que me impede
o que me amarra?
o que esse dia traz no bojo
o preguiçoso triste dia este agora?
por que não olhei lá fora? sequer
por que
não pus a cara na janela?
a bunda
talvez
para ver se algum freguês
do bar vizinho
passava a mão nela com carinho
meus pés estão colados
às solas dos sapatos
ao piso de madeira
ao assoalho
um dia do caralho
este em que não saio
daqui
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