sexta-feira, 12 de abril de 2013

gozaguinha


a hora escorre
uma atrás da outra em catarata

por que aqui não faço nada?
o que me impede
o que me amarra?

o que esse dia traz no bojo
o preguiçoso triste dia este agora?

por que não olhei lá fora? sequer
por que
não pus a cara na janela?

a bunda
talvez
para ver se algum freguês
do bar vizinho
passava a mão nela com carinho

meus pés estão colados
às solas dos sapatos
ao piso de madeira
ao assoalho

um dia do caralho
este em que não saio
daqui

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