terça-feira, 23 de abril de 2013

considerações anafiláticas


passamos um ano soberbo. Fantástico. Um ano extraordinário.
Vivemos separados estes doze meses.

Enquanto ela estava lá e eu aqui - o que significa dizer, a bem da verdade, quase sempre -, eu fui feliz, pleno e completo. Senti no peito, direto e todo dia, bater uma alegria e contentamento que nem julgava ser capaz. Quando estava eu lá, ou ela aqui, nem tanto, mas tanto faz porque supomos que é assim que a coisa se dá. Nada é perfeito, é o que crescemos tendo que ouvir, e concordando.

Mas estando juntos, estava eu feliz. O tempo todo. Até aqui, sozinho, inteiro, estava eu feliz e satisfeito. E lá, na verdade, também. Mesmo que não perfeito, mesmo que não o tempo inteiro, mesmo que nada disso, quando nos encontrávamos era só sentir algo errado para pensar "para com isso" e voltar a sentir bem.

Foi um ano soberbo, fantástico, extraordinário.

Agora que acabou, que renasce o calendário, me pego não feliz o tempo todo. Me pego perguntando a mim mesmo e em silêncio - que de doido não preciso de mais nada - por que não estou contente.

Foi um ano soberbo em que estive feliz todo o tempo, mesmo sozinho.

Agora que estou sozinho, parece que não tem jeito. Por enquanto, pelo menos.

que não é essa dor no peito e essa minha frescura que vai ter culhão bastante pra parar o girar da Terra. Talvez somente o da lua.

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