Ele dizia que os dois deviam achar o céu logo que pudessem, antes de esperar que o céu descesse ou que eles subissem ao Céu. Ela dizia que sim, que bem que achava isso, mas nunca se sabe no fim das contas se é isso que dá pra fazer.
Ele dizia que sim, era só caminhar pelo céu com o pé na terra e a cabeça em algum lugar dentro do coração, pra evitar de pensar no que quer que fosse. Ela dizia também que era ali que ela mesma pensava, com o coração na cabeça e a cabeça no coração.
Ele tinha certeza que os dois achariam o céu. Ela não tinha certeza, mas seguia sentido a ele porque, na pior das hipóteses, podiam parar no caminho e olhar pro céu lá no alto com estrelas e nuvens e flores vermelhas voando caindo de não sabe onde pousando de leve nos pés da criança na beira do mar.
Ela sorria quando sorria uma criança nas margens do caminho, ele sorria quando ela sorria e sorria também quando sorria a criança e ela não via por estar a olhar pra outro lado. Mas mesmo olhando pro lado de lá ela sorria.
E toda criança sabia que as flores caindo do céu vinham de árvores no alto das nuvens.
A gente é que esquece.
Perfeito.
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