segunda-feira, 12 de setembro de 2011

e já lá se vão 30


A lua cheia é grande e nasce ao fim da minha rua. Não sei se ela alumia ou a lâmpada pública, mas bate uma luz em mim e no muro há sombra. Eis que a sombra se agita e quase me pega no susto, mas eis também que o susto bota a sombra em seu lugar.

Na janela do andar, do segundo, um gato arranha a cortina por dentro do vidro. Não sei se o gato caía caso o vidro se abrisse, não sei. O vidro está fechado e o gato arranha a cortina no alto, dependurado na contraluz.

Faço as contas de quanto falta para nunca mais faltar nada. Complicada. Muitas vírgulas na divisão.

Lê-se um livro em algum lugar, em outro lugar se faz sexo, num terceiro ainda um terreiro de umbanda batuca a canção de uma avó. Lê-se um sexo enquanto num terreiro reza-se um terço inteiro. Livra-se então dessa dó, seja lá do que for.

A lua cheia é grande e aqui já vai alta, mas lá onde me interessa a lua até já desceu.

Um comentário:

  1. ontem a noite, andei na praia e por coincidência tirei uma foto da lua, será que a mesma? no meio de dois prédios da praia, precisei ter cuidado para que a luz que ilumina bem a nossa praia, não tirasse a beleza da cena
    lendo esse texto me emocionei, pois a lua de tantos romances, também aproxima o amor de mãe.

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