eu te vi numa janela de veneza
- eu não costumo, veja bem
escrever poemas assim poemas de
amor eu não costumo
veja bem
ainda que eu escreva
ainda que sempre gostem
eu não costumo escrever, veja bem -
mas nesta noite
eu vejo o teu corpo contra as águas
o canal de veneza rebrilhando
a luz entrando a cor das casas
a moldura de uma janela italiana
em que te vejo
eu me aperto
aperto o peito respiro aperta
o peito a imagem do teu jeito
olhando baixo ouvindo as águas
os canais
atrás das casas pela janela de veneza
em que estás
em que estiveste
em que me deste um breve olhar
sobre mim mesmo
veja bem
meu peito é tu numa janela de veneza
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