segunda-feira, 19 de agosto de 2013

cena banal

não é a última, mas acaba de acabar uma garrafa das que trouxe da europa. É fim de ciclo, quando a última gota escorre boca afora, dentro o copo, boca adentro, é fim de ciclo e de um tormento que se evola como álcool. Aos poucos. Embriagado. Como o efeito que bem lento vem e bate. Sem alarde. Só dormência e uma latência que se espalha, primeiro extremidades. Depois o corpo inteiro. Um corpo colocado na garrafa. A alma engarrafada. A vida, aqui, como numa arapuca de caçar saci. Como na época em que sacis podiam ser caçados. Como na época em que. Como na época. Fico sem mais trago, sem bebida, sem o pito do preto perneta safado. Sou nem metade do trickster que um dia fui. Meu rodamunho não parece aparecer. E eu derreto, nos últimos goles que escorrem para dentro. Lentamente. Como a vida.

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