segunda-feira, 12 de agosto de 2013

pensamento, por quem me t
omas? algum confuso atur
dido andante ou um bailar
ino ausente ressabiad ou algum via
jeiro morto? Por que suf
oca minha casa à noit
e a minha casa já nem s
e mostra? Por quem, pensam
ento, me to
mas?

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em torn'
do tord'
o ar

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meu filho
me olhando do infinito
me abençoa
feliz
dia dos pais ele me diz
e meus ais
se expandem no futuro
meu filho nãonascido é um nascituro

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como é qu
vou eu
agir qu
ando eu
tiver-morr
ido?

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por su
puesto
o vigia da
madrugada
pôde ver
(deve ter)
a cidade ser
saqueada
mas nada pôde
fazer

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ela foi meu hospício
sede e serenidade
ela foi alegria foi broto e flor e maldade
silêncio lacrado e carrêgo inclemente
ela foi o buraco na gente
a bala varando a varanda gelada
de neve
ela foi breve
mas foi tanto
que me espanta o espanto de estar por aqui
sabendo que um dia morri
e hoje canto

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"Mato Grosso quis gritá
mas em cima eu falei"

- "Mas em cima eu falei". Cara, olha isso: "mas em cima eu falei". "Mas em cima". Isso não significa categoricamente nada, NADA, e ainda assim...

- E ainda assim é compreendido, faz sentido e é fluido, natural. Isso aí, rapaz, é que é poesia marginal.

[diálogo crítico literário andado pela paulista] — com Arthur Malaspina.

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"um sorriso negro, um abraço negro
traz felicidade"

aí, nessa hora, eu gelei e parei de tomar minha gelada e olhei pro meio da roda de samba aqui em Santos que é de onde eu sou - caso vocês não saibam - e onde eu acabara de chegar vindo de sãopaulo, a cidade cinza puroconcretista de que eu nem gosto muito mas tava lá. Enfim, a voz continuou com o timbre conhecido e eu na ponta do pé lá de trás pra ver "não é possível que seja Inah, a Dona, não é não é não é" e, Pai do Céu (com maiúscula mesmo que ela é merecedora, a Dama do Samba de Sampa), e Pai do Céu, ERA Dona Inah. Ali - aqui - no Ouro Verde (quem é de Santos sabe e quem não é, deveria)

Depois, ali do lado, "Dona Inah, amo a senhora, andava por Lisboa com teu canto na orelha nos fones de ouvido" e ela, me rindo, "ah é? Vai ver que eu tava lá". E não é que tava, não é?

gênio, gênio, saravá evoé axé samba saravá

[cena nada banal]

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quando eu era monge
era bem mais fácil estar quieto
sentado e meditando
quando eu era monge
o som das aves o choro o pranto
das crianças me tocavam
mesmo de longe quando
eu era monge
buscava a voz vinda pelo vento
aquietava dentro quando eu
era monge quando conseguia
respirar a todo momento eu
era monge que dizia -sorria
rapaz,sorria que é bem capaz de
o futuro vir e mudar tudinho essa twa tristeza-
quando eu era monge eu via beleza até que veio o vento veio o futuro
e o estar presente já foi passado
quando eu era monge
mesmo que só por uma semana
quando era monge era mais bacana

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for you
eu ia daqui pra fora
(e eu nem voltava mais)

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the house that ate mosquito pie
girl turned mosquito
mosquito pie and cow fingers
italian mosquitoes eating my belgian friend alive

this is their world

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quando três das quatro palavras que tu procura
no dicionário
nem mesmo existem, sinal de que hoje não é bem dia
pra escrita.

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a sina de um campos de carvalho
com o talento de um paulo coelho

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piratas mexicanos subindo os panos de um
teatro
as tábuas do assoalho tablado todo rangendo
a prancha
lá fora na água o mar tubarões risos e
manobras
do barco que não abalroa
do barco que a barca aborda

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chego à conclusão
de que não sei me vender
não sei

simples assim
:quando o produto que tenho
é esse
quando dá até para agra
decer um ou outro insulto
ou um elogio

-oh,mas como és bom nisso
meu garoto
mantenha o tino

quando até elogio escuto
mas nem um puto me salta aos olhos
entra no bolso
quando nem nada
preciso aprender a vender
de um modo decente
de um jeito
sensato
essa limonada

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-estou impressionado com minha sorte
disse o menino cego ao virar esquina
sem nem saber que a menina
era morte

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terra de ninguém
de mim também

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então a gente acorda
e quando repara, repara mesmo
o mundo tá igualzinho a como já tava ontem
igual

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cartão de débil
ou credo?

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