domingo, 25 de agosto de 2013

microcrítica literária: Jorge de Lima e a angústia no tempo

por muito tempo, antes durante e depois de meu mestrado, vi no Jorge de Lima católico-da-retomada (ali em Tempo e Eternidade) um angustiado sem saída que não fosse a mão do Pai, a metafísica e a morte.

Mas agora, escrevendo o texto de um espetáculo infantil, quando faço o Vento declamar:

Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem um mundo de vassalos,
vem a desgraça gemendo,
vem a bonança sorrindo,
vem um grito reboando,
reboando,reboando.

Percebo que idiotice a minha, que estreiteza e limitação. O sexto verso de Jorge diz claramente: lá vem a bonança sorrindo

no tempo. Independente do século podre, independente da morte, da noite, dos vassalos gemendo ou de tudo. Lá vem a bonança sorrindo. A angústia sempre esteve prenhe de anunciação.

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