o copo cai, minha mão ainda tocando o vidro. barulho. licor no fundo escorre lento, aos poucos, copo caído sobre o tampo da mesa branca, licor seguindo, minha mão no vidro. levanto o copo, licor não suja nada pra além. não sei. sorrio enquanto o vidro levanta, lembro da corrida de hoje, da menina suada com quem falo, da arma apontada pra mim noutra noite, pra minha vida passada, pro antes-da-morte, pro fim. sorrio e começo a escrever, escrevo, me leem. não sei. não rio. vida em suspensão, espécime de estudo, eu mesmo, a menina que hoje na praia meditava não me dizia mais nada. não creio em meditação, em deus nem no capiroto. o que tenho, o que tem, eu não gosto. não sei. as fotos do balanço holandês se perderam na nuvem, nos bits, nos bytes, as poucas mordidas na mina me sabem amargas, não lembro. não sei. não sei. vocês, também, nem.
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